domingo, 9 de noviembre de 2008

Quando criança, nos ensinam a sermos honestos, respeitosos, fieis... e esses valores se convertem em um grande dilema ao longo da vida.
Hoje, com vinte e cinco anos e estudante de recursos humanos, vejo que o mundo está caminhando de outra forma, os valores se converteram, a ganância e a malandragem tomaram conta dos atos que deveriam ser óbvios e naturais. E estamos onde estamos, construindo um mundo hipócrita!!!
Tomamos como exemplo uma entrevista de trabalho, o famoso recrutamento:

Você chega à empresa, bem vestido com uma pasta na mão, é anunciado pela secretária que pede para aguardar cinco minutos. Sentado num sofá, você começa a pensar em mil coisas...
A primeira delas é reparar aquele ambiente de trabalho e chegar a imaginar-se entrando todos os dias por aquela porta. Depois, cai em si, a concentração se volta para esses próximos quarenta minutos que vão decidir seu futuro: A ENTREVISTA!
Possíveis perguntas vêm a sua cabeça... Os desenhos!! Há algum tempo te ensinaram como fazê-los... casa, pessoa e árvore. Todos simétricos, com base e sem exageros. Não se pode esquecer que através desses três desenhos esses especialistas são capazes de descobrir coisas na sua personalidade que você mesmo desconhece. Outra pergunta certeira: seus defeitos. Mas eles também já estão claros, sendo o principal a ser citado: se entregar demais ao trabalho. Você começa a imaginar todos os passos da entrevista, sentar-se com uma boa postura, evitar os gestos exagerados, olhar sempre nos olhos, nunca interromper, responder simplesmente o que foi perguntado, evitar respostas monossilábicas...
Pronto, chegou sua vez. E após os quarenta minutos, previamente estipulados, sua entrevista saiu exatamente como o esperado. Você foi selecionado para a segunda etapa!

E o coitado, que tinha muito mais capacidade para o posto, desenhou a árvore no outono, ou o homem em dia de chuva, sem o guarda-chuva...

Sim, no mundo atual, tudo se pode armar... inclusive seu posto na melhor empresa. Vai depender da sua capacidade de mentir ou cobrir a pessoa certa, para se manter nele. O recrutamento já não busca melhor especialista, busca quem tem a auto-estima mais elevada, capaz de fazer um melhor marketing pessoal.
Em uma entrevista recente, o empresário brasileiro Roberto Shinyashiki, afirma que a depressão acomete 10% da população americana e em países como Japão, Suécia e Noruega a taxa de suicídios chega a ser mais alta que homicídios. E grande parte de culpa dessa depressão, é a preocupação com as aparências.

Criamos um modelo de gestão, composto por pessoas arrogantes, simplesmente porque são esses que sabem manejar uma entrevista de trabalho ou um diretório (apesar de não serem capazes de ler um livro até o final). A motivação e a auto-estima são importantes, mas mais que isso, nosso mundo necessita de competência, rever aqueles antigos e verdadeiros valores. É muito fácil encontrarmos um burro motivado!!